sábado, 16 de maio de 2009

Casas de Penhores

Em Macau, o negócio das casas de penhores remonta à dinastia Qing (1644-1911). Para regulamentar este tipo de negócio foi publicado no Boletim Oficial de 26 de Dezembro de 1903 um regulamento que continha as normas das três operações tradicionais de Tong, On (de que a Casa de Penhores "Tak Seng On" era um exemplo) e Ngat, assim protegendo os interesses dos negociantes e dos clientes. O negócio desenvolveu-se nos primeiros anos da República mas, foi durante a Guerra Sino-Japonesa (1938-1945) que mais prosperou.
Parte do negócio provinha do enorme afluxo de refugiados que fugiam dos conflitos do interior da China, e de residentes de Hong Kong que escapavam à invasão japonesa daquela colónia britânica. Em poucos anos, a população de Macau aumentou de 150.000 para 500.000 habitantes, o que provocou grandes dificuldades. Por isso, à medida que o preço dos produtos básicos ia aumentando, os pobres e os refugiados eram obrigados a recorrer aos prestamistas.
Nas décadas de 1970-1980 a economia de Macau conheceu algum desenvolvimento. O aparecimento de um sector bancário forte e de modernas casas de penhores afectou o papel das tradicionais. Mais recentemente, muitas das casas tradicionais, como a "Tak Seng On", entraram em declínio e terminaram as suas actividades.
A Casa de Penhores “Tak Seng On”, fundada em 1917, era a maior das instituições homólogas que se encontrava em Macau e era a propriedade do comerciante abastado de Macau, Kou Ho Neng. Tak Seng On foi encerrada em 1993 e ficou ao abandono até que o Governo de Macau resolveu adquiri-la e restaurá-la para depois a transformar numa casa museu à espera da visita dos turistas.

1 comentário:

  1. Houve militares que, muito próximo do regresso a Portugal, mandaram fazer fatos na alfaiataria FÉLIX ( na Almeida Ribeiro )por 80 patacas para pagar em prestações. Concluída a obra, levantavam o fato, colocavam o dedo polegar no cabide e dirigiam-se a esta casa de penhores onde os penhoravam por 40 patacas. entretanto chegava o barco, regressavam e, no dia do pré apresentava-se o alfaiate na parada do quartel para cobrança da 1ª. prestação. " Esse já se foi embora, respondia-lhe o sargento da companhia".

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