terça-feira, 29 de abril de 2014

Pan Am em 1937



Já por várias vezes abordei este tema. Desta vez volto ao mesmo para mostrar as imagens e legendas do Anuário de Macau de 1938 com uma 'reportagem' sobre a chegada a Macau do “Hong Kong Clipper” a 28 de Abril de 1937. Aterrou às 10 horas da manhã, com malas postais e, pela primeira vez na sua história, os habitantes de Macau puderam enviar o seu correio por via aérea.

Foi em 1936 que a Pan American Airways abriu um escritório bem como um posto meteorológico e de radar na colina da Penha em Macau. O primeiro voo, a título experimental, chegou a Macau a 23 de Outubro de 1936. Foi o Philipine Clipper. As conversações com o governo começaram anos antes e essas infraestruturas eram consideradas essenciais para as operações. O feito era importantíssimo para o território. Pela primeira vez havia uma ligação aérea de carácter regular com o resto do mundo. Foi sol de pouca dura mas isso fica para outro post.

Deixo ainda mais alguns elementos sobre a implantação da Pan Am em Macau. Neste caso, um excerto da carta do enviada para Lisboa pelo gerente do BNU, o brigadeiro Vasco Themudo (que acabara de chegar ao território em 1936). Na missiva solicita-se a celebração de um contrato com a Companhia Pan-American Airways para que esta passasse a fazer carreiras para Macau e lamenta-se que Macau continue  a não ter o “tão desejado e afamado porto marítimo de Macau tão sonhado e nunca concretizado”.
“São enormes as reduções dos proventos dos exclusivos dos jogos e lotarias, e do rendimento do ópio que há-de tender a diminuir e possivelmente acabar num futuro próximo, com as campanhas para terminar com o hábito do vicio e cura dos intoxicados, e especialmente pelas medidas que vão ser postas pelo Governo do Norte da China a partir de Agosto, como V.Exas. poderão ver do recorte do South China Morning Post que mando junto. Por essas medidas quem se atrever a fumar ópio depois do dia 10 de Agosto, poderá ser condenado a prisão perpétua ou mesmo sentenciado à morte. Nada vemos no horizonte de que se possa lançar mão para fazer ressurgir esta Colónia, senão transformar Macau num aeroporto. Gastaram-se mais de 15 milhões de patacas para fazer um porto marítimo e ficámos sem porto e sem as patacas.”

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