terça-feira, 11 de abril de 2017

Mercado Vermelho 紅街市大樓 : desde 1936


Em Agosto de 1933, a Comissão de Terras concordou com o pedido de concessão apresentado pelo Leal Senado da Câmara relativo ao uso gratuito de um terreno de 1450 metros quadrados, sito na Avenida Almirante Lacerda para construir um mercado.
A Portaria n.º 1431 do Governo da Colónia de Macau, de 30 de Abril de 1934, aprovou a emissão da dívida pública do Leal Senado da Câmara no valor total de $400,000.00, com taxa de juro de 5 por cento, amortizado em dez anos. O resultado da emissão destinava-se à construção e à manutenção das instalações da Câmara Municipal, incluindo mercados, cemitérios e para fim de higiene pública, em que o orçamento para construir o novo mercado era de $60,000.00. 

Assim, na segunda metade de 1934 ficaria delineado o projecto de arquitectura da autoria de Júlio Alberto Basto. O cálculo da estrutura da obra ficou a cargo do Barão de Senna Fernandes e o desenho foi feito por Wong Lam e Tse Shing. A construção do mercado teve início nos primeiros meses de 1935 ficando concluída em Junho de 1936.
Naquela altura, o plano da construção do novo mercado contou com a oposição dos negociantes e proprietários adjacentes ao mercado original de San Kio, porque com a construção e o funcionamento do novo mercado ficaria afectado o comércio da zona de San Kio. Chegaram a pedir a suspensão da construção mas o Leal Senado negou a pretensão alegando a necessidade da construção de um novo mercado, de maiores dimensões para satisfazer o aumento da população e feito de acordo com as regras mais modernas para garantir elevados padrões de higiene.
Em 1992 - Decreto Lei n.º 83/92/M de 31 de Dezembro - o mercado foi classificado como "edifício de interesse arquitectónico".

A denominação oficial é Mercado Municipal Almirante Lacerda embora este edifício exemplar da arquitectura modernista seja mais conhecido pelo nome "Mercado Vermelho", facto que advém da cor dos tijolos utilizados na construção; a designação em chinês é 紅街市大樓.
Elaborado a partir de um texto (e imagens) do Arquivo Histórico de Macau.

Sem comentários:

Enviar um comentário